Replicamos abaixo matéria do site da SBEM Nacional na íntegra sobre suspensão do medicamento Lorcasserina.
“SBEM e ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) divulgaram um posicionamento oficial em função da suspensão do medicamento Lorcasserina, do mercado brasileiro, seguindo à decisão da FDA.
Para os Médicos e Pacientes
O Dr. Mario Carra, presidente do Departamento de Obesidade da SBEM e da ABESO, explica que não há necessidade de convocar pacientes para uma troca da Lorcasserina, a menos que haja uma solicitação aos seus médicos. “A troca para outro medicamento precisa ser feita, de forma gradual, e não através de uma suspensão imediata. Dependendo do paciente é importante procurar um semelhante ao da Locarsserina”, explicou o endocrinologista.
A Lorcasserina está no mercado brasileiro há pouco tempo (meses) e o estudo divulgado mostra que as pessoas que apresentaram doença neoplásica (que é uma proliferação anormal, autônoma e descontrolada de um determinado tecido do corpo, mais conhecida como tumor) usavam o medicamento há mais de um ano.
O lançamento no Brasil aconteceu em outubro e, por isso, não há necessidade de pânico, pois os efeitos só foram observados após um ano de uso. O Dr. Mario comenta que a medicação era considerada de boa qualidade, mas que o resultado do estudo surpreendeu a comunidade científica. “É importante que o paciente tenha outro recurso medicamentoso para o tratamento da obesidade e não há necessidade por busca ativa de câncer para quem utilizava o remédio”.
Posicionamento Oficial
A Food and Drug Administration (FDA) publicou na quinta-feira, 13, uma revisão de dados do estudo clínico CAMELLIA-TIMI 61, realizado com 12 mil pacientes por até cinco anos, que documentou um desequilíbrio entre o número de pacientes com neoplasias com o uso prolongado de Lorcasserina (Belviq®).
A incidência foi de 7,7% no grupo Lorcasserina e 7,1% no grupo placebo. A FDA solicitou que o fabricante, o laboratório japonês Eisai, retirasse voluntariamente o medicamento para tratamento de obesidade do mercado dos Estados Unidos. e o Eisai então enviou um pedido para que isso fosse feito por todos.
A Eurofarma, que em 2019 iniciou a comercialização do remédio no Brasil, suspendeu a sua venda a partir de sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020. A recomendação é avisar os pacientes que estão usando a Lorcasserina para suspenderem a medicação, interrompendo a prescrição. Não há motivo para preocupação, uma vez que o desequilíbrio ocorreu com o uso prolongado, a partir de um ano.
Mario K. Carra – presidente da ABESO e do Departamento de Obesidade da SBEM”
Fonte: site da SBEM Nacional