Artigo publicado no Journal of Endocrinological Investigation elenca associações da obesidade com a covid-19
Endócrinos de SP sugerem adotar termo “obesidade controlada” da mesma forma que se utiliza “diabetes controlado”
Artigo publicado pelo Journal of Endocrinological Investigation por endocrinologistas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo sugere que o termo “obesidade controlada” seja adotado para o paciente que perder 10% do peso. “Não é simples resolver o problema da obesidade e normalizar o peso das pessoas que estão em tratamento. Entretanto, sabemos que pequenas perdas de peso associadas ao aumento de atividade física podem reduzir muito o risco de doenças. Da mesma forma que se considera o ‘diabetes controlado’ quando a hemoglobina glicada está abaixo de 7%, sugerimos considerar a ‘obesidade controlada’ quando ocorre perda de 10% do peso”, comenta Dr. Marcio Mancini, endocrinologista da SBEM-SP e um dos autores do artigo.
Como a “resolução” da obesidade em curto prazo não é viável, é possível que menores perdas de peso e aumento da atividade física possam, na verdade, reduzir significativamente os riscos gerais à saúde, independentemente do IMC final.
No artigo, os autores exemplificam que a perda de peso de 5 a 7% leva à redução da resistência à insulina e, consequentemente, redução da glicemia, triglicerídeos, pressão arterial e deposição de gordura ectópica, como a gordura do fígado. A perda de peso de 10% tem um efeito dramático na fibrose hepática em pacientes com doença hepática não alcoólica e vários outros marcadores de risco.
Recentemente, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças incluíram o índice de massa corporal (IMC) acima de 30 kg / m2 como um fator de risco para saúde. Relatar a obesidade como uma doença associada à gravidade de Covid-19 é extremamente importante para o atendimento clínico, pesquisa e saúde pública.
Obesidade e a covid-19
A associação entre obesidade e covid-19 ainda está sendo muito estudada, mas entre os mecanismos destas associação estão: aumento da inflamação, com aumento da produção de citocinas; risco aumentado de microtrombose; disfunção respiratória (como diminuição da expansibilidade pulmonar e aptidão cardiorrespiratória); dificuldades técnicas em unidades de terapia intensiva; disseminação viral mais prolongada; e aumento do risco de outras comorbidades associadas a pior prognóstico (como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e doenças cardiovasculares).
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