Você sabia que a fertilidade é ameaçada pela obesidade?
O excesso de peso e a obesidade levam ao aumento de um hormônio chamado leptina, produzido pelas células de gordura. Esse excesso de leptina é responsável pela desregulação do eixo hipotálamo-hipófise, causando problemas nas gônadas, ou seja, ovários ou testículos.
“Independentemente do índice de massa corporal, considerado até 25 kg/m² como normal, o excesso de adiposidade visceral (a tal ‘barriguinha de chope’) já predispõe o organismo a desordens hormonais, resistência insulínica, inflamação de estresse oxidativo, distúrbios metabólicos, desordens oncológicas, e uma série de outros fatores tanto em homens quanto em mulheres”, explica Dr. Cristiano Barcellos, endocrinologista da SBEM-SP.
Segundo ele, os mecanismos através dos quais a resistência insulínica causa problemas reprodutivos envolvem os fatores inflamatórios que vão levar a um prejuízo do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal em homens e mulheres.
Tanto a ovulação quanto a qualidade dos óvulos e, da mesma forma, tanto a quantidade quanto a qualidade dos espermatozoides fica afetada.
De acordo com os dados da última pesquisa do IBGE, cerca de 60% da população adulta brasileira está com excesso de peso, sendo quase 1/3 delas na faixa etária entre 18 a 24 anos. Já em pessoas de 40 a 59 anos o número aumenta quase 71%.
Como prevenir o excesso de gordura visceral?
Uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios influenciam no peso, mas diretamente também no eixo reprodutivo. Além disso, o sono adequado é fundamental não só em qualidade, mas em quantidade.
A apneia do sono, que são as paradas respiratórias enquanto a pessoa dorme, leva a uma ruptura do ritmo circadiano de vários hormônios que são secretados à noite, sendo que um que sofre com esta desregulação do sono é a testosterona. “O homem que dorme mal pode ter falta de testosterona, por isso cuidar do sono é tão fundamental. Além disso, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e parar de fumar são medidas que contribuem para manutenção do peso adequado e boa saúde”, conclui o médico.