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Covid-19: Crianças com insuficiência adrenal podem ter 10 vezes mais chance de desfechos graves

 

  • Dados apontam necessidade das medidas de precaução contra a Covid-19
  • Estudo conduzido por endocrinologistas da SBEM-SP mostram conduta clínica de urgência

 

Crianças com insuficiência adrenal (IA) têm um risco 10 vezes maior de complicações COVID-19 e morte em comparação com crianças com glândulas adrenais normais, de acordo com um estudo apresentado no ENDO 2021, a reunião anual da Endocrine Society.

“Ter insuficiência adrenal não confere maior risco de contágio para Covid-19. No entanto, uma vez contaminado, esse paciente requer cuidados mais extremos”, comenta Dr. Rafael Buck Giorgi, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

A insuficiência adrenal é um distúrbio que ocorre quando as glândulas adrenais, localizadas logo acima dos rins, não produzem o hormônio cortisol em quantidade suficiente. A forma primária de IA também é chamada de doença de Addison.

Conhecido como “hormônio do estresse”, o cortisol ajuda a quebrar as gorduras, proteínas e carboidratos, além de controlar a pressão arterial e estar ligado ao sistema imunológico. Crianças com IA são tratadas com terapia diária de reposição de cortisol e precisam de doses maiores quando acometidas por alguma infecção.

Outro estudo conduzido por endocrinologistas da SBEM-SP (link aqui) alertam também para que pacientes com IA e sintomas de Covid-19 procurem imediatamente os serviços de emergência para avaliar os sintomas e aumentar as doses terapêuticas de tratamento.

Nos dados apresentados durante a Endo 2021, os pesquisadores analisaram um banco de dados incluindo 846 crianças com insuficiência adrenal e mais de 250 mil sem a doença, mas todas com Covid-19. A taxa de mortalidade por causa da Covid-19 foi muito maior entre as crianças com insuficiência adrenal, em comparação com as crianças que não tinham a doença.

Comparativamente, crianças sem insuficiência adrenal apresentaram risco de mortalidade de 0,035% contra 0,828% para crianças com insuficiência adrenal. O risco de intubação foi de 0,021% contra 0,753%, respectivamente.

“Este estudo nos mostra que ainda há um grande desconhecimento dos médicos sobre a insuficiência adrenal. Por isso, é muito importante que pacientes com IA carreguem consigo uma identificação de ser portador da doença, bem como a orientação do que fazer nestes casos extremos”, conclui Dr. Giorgi.

Sobre a SBEM-SP

A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais moléstias tratadas pelos endocrinologistas.

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