#COPEM2021
A resposta será dada pela endocrinologista Dra. Rosália Padovani durante o 14° Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia – COPEM 2021, que acontece de 5 a 7 de agosto online. “Nesses casos, é prudente o aconselhamento sobre os efeitos potenciais do tratamento na função gonadal. A depender do caso, pode ser indicado o congelamento de óvulos”, relata a médica em breve ‘spoiler’ da sua aula durante o evento que é organizado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP),
Segundo os dados do DATASUS, em 2020 foram realizados no Brasil tratamentos de radioiodoterapia para 1982 casos de hipertireoidismo e 2565 casos de carcinoma diferenciado de tireoide (CDT), que necessitaram de internação hospitalar.
“Em mulheres com CDT tratadas com I-131 (iodo radioativo) existem poucas evidências que sugerem efeitos adversos importantes na função gonadal, fertilidade e resultados da gravidez após 12 meses do tratamento, com exceção de um possível adiantamento da menopausa que pode estar associado a doses cumulativas de I-131”, explica Dra Rosália.
Em homens, o tratamento com I-131 pode estar associado a oligospermia transitória (diminuição do número de espermatozoides no sêmen) e elevação transitória de FSH (hormônio folículo estimulante), inibina B (um marcador da concentração de espermatozoides) e LH (hormônio luteinizante, que regula a produção de espermatozoides), que normalmente são revertidas em até 18 meses do tratamento. “Alguns trabalhos mostraram que existe um risco maior de alteração gonadal permanente, podendo causar infertilidade, após doses repetidas ou atividades cumulativas de radioiodo acima de 500 a 800 mCi”, complementa a especialista.
Embora a terapia com I-131 seja normalmente segura, a maioria das autoridades recomendam a gravidez após 1 ano do tratamento para permitir que haja tempo suficiente para a substituição completa dos espermatozoides irradiados e reversão dos danos transitórios causados no ovário.
A radioiodoterapia pode ser uma opção de tratamento para alguns casos de hipertireoidismo causados por adenoma tóxico ou bócio multinodular tóxico, sendo também utilizada no tratamento de casos selecionados de pacientes com carcinoma diferenciado de tireoide e, de acordo com a tendência dos principais guidelines, a indicação da radioiodoterapia deve ser cada vez mais individualizada.
Nada de quarto escuro trancado a sete chaves. “O I-131I é administrado por via oral na forma líquida ou em cápsulas. Para atividades de iodo radioativo mais altas é recomendado que o paciente fique internado por causa dos cuidados de proteção radiológica. Quando as atividades são mais baixas, o paciente pode receber o tratamento e realizar os cuidados de radioproteção em casa”, explica a Dra. Rosália.
#COPEM2021
Online
5 a 7 de agosto de 2021
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