No Brasil, cerca de 20% das mulheres são obesas e mais da metade tem sobrepeso. Consequentemente, a prevalência de mulheres com excesso de peso na idade fértil é maior, trazendo repercussões desde a concepção do feto até a saúde do bebê ao nascer.
Na concepção: a mulher com obesidade tem maiores riscos de infertilidade, pois o excesso de peso aumenta a produção de insulina, que age no ambiente ovariano gerando acúmulo de hormônios masculinos. “Essas mulheres também têm maior risco de abortamento e de insucesso nos tratamentos sobre infertilidade”, alerta Dra. Viviane Molinos, endocrinologista da SBEM-SP.
Na gestação: entre os riscos aumentados estão o de tromboembolismo venoso, o diabetes gestacional e o aumento das desordens hipertensivas, como a pré-eclâmpsia.
No parto: trabalho de parto prolongado, lacerações no períneo, infecções puerperais e maior possibilidade de parto por cesariana são alguns dos problemas causados pelo excesso de peso da gestante.
Em relação ao feto: o bebê da mãe com obesidade pode apresentar macrossomia, que é o peso exagerado ao nascer (normalmente maior de 4 kg). Entre outras complicações derivadas do excesso de peso da mãe estão: hipoglicemia, lesão dos nervos dos ombros e anomalias congênitas, sendo a mais comum, o defeito do sistema nervoso do tubo neural “A célula de gordura da mãe faz o ácido fólico perder o efeito protetor que teria na formação do sistema nervoso do bebê”, explica a Dra. Viviane. Ela complementa que filho de mãe com obesidade tem maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes no futuro.
A obesidade é uma epidemia que afeta mais de dois bilhões de pessoas em todo mundo, mas ainda não é totalmente compreendida: o paciente que sofre de obesidade precisa de tratamento como qualquer outra doença.