Interação medicamentosa e deficiência nutricional fazem parte da lista
“Cerca de 20% dos idosos, acima de 60 anos, têm diabetes tipo 2. É muito importante olhar não apenas para os índices glicêmicos deste paciente, mas, também, os riscos cardiovasculares, inerentes para idade, e que podem acometer esta pessoa em função do colesterol, triglicérides e hipertensão”, alerta Dr. Marcio Krakauer, endocrinologista da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o número de idosos (maiores de 60 anos) deve chegar a 25,5% da população brasileira até 2060. O médico elenca dez pontos de atenção extrema nos cuidados do paciente acima dos 60 anos com diabetes.
– A polifarmácia: é comum no público dessa faixa etária, que pode chegar a usar mais de 15 medicamentos orais ou injetáveis por dia. Cuidar da interação medicamentosa a cada visita do paciente é crucial.
– A sarcopenia, que é a perda de massa muscular, é prevalente na população mais idosa e ela pode levar à resistência insulínica, já que a massa muscular estará menor. Por isso é importante incentivar a prática regular de atividade física que fortaleça o músculo, claro, desde que não haja contraindicação médica.
– Funções cognitivas e depressão devem ser avaliadas, pois são prevalentes nesta população e podem dificultar a percepção de uma crise hipoglicêmica, por exemplo.
– A incontinência urinária não deve ser negligenciada, pois ela pode afetar o controle da glicemia e a confusão dos sintomas do diabetes.
– Essas pessoas apresentam com mais frequência uma dificuldade na mastigação e buscam alimentos mais hiperpalatáveis, porém, sem valor nutricional. A absorção dos nutrientes já é menor no idoso, então é preciso atenção para que não haja deficiência nutricional.
– Os cuidados com a visão devem ser redobrados, pois além da perda de acuidade visual inerente ao envelhecimento, o diabetes facilita problemas visuais como o glaucoma e a catarata. Em casos graves, pode levar à cegueira.
– A função renal pode ficar alterada em função das medicações que o idoso faz uso, e o diabetes é um fator para complicações renais.
– Lesões em pés e pernas podem aparecer no idoso, que terá mais dificuldade de se autoexaminar (por menor mobilidade, pela menor acuidade visual…) e o diabetes sem controle pode levar à chamada neuropatia diabética, com consequências graves como amputação.
– Medicações específicas podem ser contraindicadas, já que os idosos têm mais vertigens, desidratam com mais facilidade, portanto a indicação de medicamentos para tratar o diabetes deve levar em consideração esses fatores.
– No caso da hipoglicemia, um alerta importante: “No idoso, a hipoglicemia pode levar a quedas com consequentes fraturas, além de poder levar à arritmia, e causar morte por fibrilação. É preciso muita atenção e cuidado por parte de familiares e cuidadores de idosos para evitar ao máximo os episódios de hipoglicemia”, finaliza o endocrinologista.
Sobre a SBEM-SP
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