“O teste genético para o câncer de tireoide está atrelado ao tipo de câncer que o paciente apresenta. Um carcinoma diferenciado da tireoide, por exemplo, tem um risco genético muito pequeno, em torno de 6%. É preciso critério para pedir esse tipo de exame porque ele gera muita apreensão para família”, alerta Dr. Cléber Camacho, endocrinologista da diretoria da SBEM-SP. Segundo ele, o pedido do teste genético para avaliação de doenças hereditárias se justifica apenas quando existem sintomas indicativos de outra doença, como por exemplo, tumores de cólon.
Já o câncer de tireoide medular tem uma chance muito maior de ser hereditário, cerca de 25% a 30% dos casos têm origem genética. “Quando o diagnóstico é medular existe uma conduta estabelecida para o médico seguir com a realização do teste genético”, explica Dr. Camacho.
Quando o resultado para o paciente com câncer medular de tireoide é positivo, todos os familiares de primeiro grau – pais irmãos e filhos – precisam realizar o teste genético para saber se são portadores dessas alterações. Com o teste, é possível fazer um diagnóstico precoce de novos casos do mesmo câncer na família e as chances de cura são maiores.
Existem 4 tipos de câncer de tireoide. O papilífero cresce lentamente e, quando é detectado precocemente na glândula tireoide, a taxa de cura fica próxima de 100%. O folicular também tem alta taxa de cura (95%) se o tumor for pequeno e restrito à tireoide, particularmente em indivíduos mais jovens. O medular é menos comum e tem forte componente genético: ocorre em 5% dos casos de câncer na tireoide e – se estiver apenas na tireoide – o paciente tem 90% de chances de cura. Já tumores anaplásicos são agressivos, porém muito raros.